carta ao amor
Por
ti, fui grande
tive
asas
fui
mais longe do que as minhas pernas podiam
respirei
tão fundo que os pulmões explodiram
quis
tanto, que só sobrou um punhadinho para responder sim, sim, sim.
Por
ti espatifei-me
fiz-me
em bocados de quase tudo
espalhados
pelo chão
estendidos
para ti.
Eu
ali, submissa
para
que passasse
Ma-gnanimo
nem
tive tempo para perceber que era eu que estava ali
desfeita
a
esperar que me atropelasse.
Não
pediste licença
usou
botas pesadas
estavam
sujas do estrume do passeio de anteontem
não
fizeste cerimônia
pisaste-me
toda
e
eu não reclamei,
um
suspiro que se pudesse
teria
desenhado
obrigado
foi
tudo.
Como
veio
foste
sem
avisos, licenças ou porquês.
Volta!
Sinto
saudades
por
todos os lados, só sabem falar de ti
De
como a tal felicidade é impossível na tua ausência.
Troca
os sapatos e volta.
Assinado
teu
tapete da semana passada.
Comments
Post a Comment