Doce arte de j.artur

há quem veja só pedra, mas, a verdade é que ainda há flores que resistem a dureza e acham onde existir
Doce arte de J.artur é um texto com cheiro de dia a dia, que acaba por revelar-se uma dupla declaração de amor. A declaração de amor de um amigo à uma amiga e a declaração de amor à doçura, à bondade, à “vida que vale a pena se a alma não é pequena”.
J.artur confessa que têm obsessão por gente, pelo o que a gente sente. Segundo a prosa poética dele mesmo: “eu tenho obsessão pelas pessoas, pelo sentimento - delas, nelas, o que me causam, etc - pela vida alheia que, tal qual o oceano e o céu, apesar de tão distantes, separam-se por uma linha tão tênue, sabe? nós seres humanos somos todos tão parecidos e tão diferentes. (...) não consigo imaginar o que é não sentir nada”.
Quando lemos 'Doce arte' encontramos esse ser humano, esse escritor, que decide, a cada palavra escrita, dizer sim à arte, à beleza, aos sentimentos. Decide também dizer não à indiferença. As escolhas de J.artur chegam até nós, leitores, como uma doce provocação. A arte desse moço é como os saquinhos de bombom da protagonista de Doce arte: doação. Ele doa a nós, leitores, uma pulguinha, que gruda-se aos nossos miolos e não se cala. A pulguinha insiste em perguntar-me: “cê já procurou a bondade hoje? Já procurou a beleza? Já deu espaço para a alma que faz a vida valer a pena?”.
Quando lemos Doce arte ganhamos de presente a certeza de que, mesmo que pareça que tudo o que há é indiferença e dor, vale a pena dar uma outra espiada no mundo e no fundo de nós mesmos. Afinal, sempre há flores a desabrochar entre pedras. 

Alegre o seu dia, corra para o blog de j.artur e se delicie com 'Doce arte', disponível aqui

um abraço e inté a próxima, 

Comments

Popular posts from this blog

Os amantes do café Flore: Beauvoir e Sartre

Conversando com “Vozes Mulheres” de Conceição Evaristo

Strangers de Taichi Yamada