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Showing posts from May, 2019

Home

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Home. Casa. O que é isso de estar em casa? Quando a casa é um país, ela pode ser escolhida? Ou cada um tem que contentar-se em estar na casa em que nasceu? E o que dizer sobre escritores fora da casa primeira, escrevendo versões de um mundo que deixaram pra trás? Temos o direito de escrever a respeito de uma casa que não ocupamos com os dois pés? Essas são algumas das questões que o livrinho "Home" de Salman Rushdie abraça. Um livro miudinho, mas cheio de provocações, ou se preferirem, sementinhas de reflexão, de certo modo relevante para todas e todos, mas especialmente para àqueles que escrevem sobre um mundo que deixaram pra trás, sem nunca serem capazes de seguir em frente sem ele. A primeira parte do livro é um trecho  das memórias do escritor, contadas por Joseph Anton. O pedaço de vida dividido versa sobre os anos de Rushdie numa escola interna na Inglaterra, uma terra pra ele, nascido na Índia, estrangeira. O autor lembra do seu existir estrangeiro como sendo u

The poor have a right to eat

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photo by Carol Stampone The poor also need to eat. We know it. However, it is easy to forget that the poor have a right to eat. That is so because we got used to the idea that charity is all that the poor get and deserve.   Many of us believe that there is nothing wrong with helping the poor through charity. We should think again. The confusion between rights and charity harms the poor. By that I do not mean that it is always bad when an individual acts in a charitable or compassionate way towards someone in need. My critique is directed to the acceptance of charity as the institutionalized correct way of dealing with extreme poverty. To deal with poverty through the help approach is wrong because it treats poor people as less humans and because it wrongly liberates states from their duties of justice. Let me tell you a story to illustrate it. My mother was born in a poor family in Brazil. In the first seven years of her life she lived in the country side with her parents and n

a maternidade e eu

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a maternidade me engoliu inteira desapareci por um tempo aos poucos, sem aviso prévio, nem data marcada, vou voltando a existir eu e outra irremediavelmente juntas quiçá há casos em que uma é absorvida pelo existir mãe apenas temporariamente meu caso é o lugar comum de tantas que vivem o mesmo que eu dar vida à alguém é literalmente sinônimo de doar um imenso pedaço da sua vida, da sua existência, àqueles que chegam ao  mundo completamente dependentes é besteira fazer de conta que  não mães padecem, e nem sempre no paraíso,  não me entendam mal, a maternidade tem sim seus belos momentos, e eu não voltaria atrás na minha decisão de embarcar nessa aventura que é aprender a ser mãe mas já passa da hora de parar de romantizar essa experiência e assumir que a maternidade também custa muito há noites em que meus filhos precisam do meu sono dias em que sapateiam na cara da minha sonhada independência horas em que usam cada milímetro da minha energia e depois me deixam e