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Showing posts from February, 2016

Third Person

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Third Person (2013) dirigido e escrito por Paul Haggis.  Aviso: Esse post contém spoilers. Liguei a televisão e cruzei com esse filme.  Vinte minutos já tinha passado. Assisti uma cena, depois outra. Acabei deixando-me ficar na frente da tv. O que puxou por mim foi o caos, consequência dos pedaços de histórias, pedaços de vidas de gente diferente. Um homem e uma mulher, em Paris. Os dois escrevem. Ele, um escritor famoso, passando por uma crise literária. Mais tarde a gente entende que a crise não é só literária. Não teria como sê-lo. Ele é um daqueles escritores que só existem para escrever. Vive para escrever. Faz da própria vida o sangue, a carne e os ossos daquilo que escreve. Não importa o preço. Ela, a mulher da história que se desenrola em Paris, não é a mulher por direito (se é que tal coisa existe...). Enfim, ela é a mulher amada, a mulher escolhida pelo amor, naquele momento. Uma mulher que muitas vezes  se comporta como criança, apesar de gritar, bem alto, que é

7 histórias de família

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7 histórias de família é um livro de contos. 7 contos que têm em comum o mesmo chão: a família. A família que enlouquece, a família que acaba, a família que rotula e não enxerga o verdadeiro sujeito, a família que tem regras absurdas, a família que nasce de uma mentira. A família que se tem e a família que se quer ter. Reuni nesse livro contos que nos fazem questionar o conceito de família, mas, mais do que isso, contos que trazem até nós o cheiro da solidão, as cores do desespero, a loucura e casas absurdas. A família é um ponto de partida. É uma metáfora do mundo, no qual diversas outras instituições repetem os erros e injustiças que primeiro aprendemos no seio da família. 7 histórias de família  é um livro habitado pela ingenuidade e também pelo absurdo. Uso o absurdo para questionar, para provocar, para tirar do lugar. Ou será ele que usa a mim? Ora deixo as vilãs falarem, ora dou voz às vítimas. As vozes que se ouvem nessas histórias são quase sempre de mulheres. Dos set

o homem de branco tem resposta e pílula para tudo

_ Doente! Doente! Doente! Doente! Incapaz! Doente! Doente! Quase doente! Doente! Distribuam as pílulas cor de rosa para os números 1, 2, 3, 4, 6, 7 e 9 e para os demais as azuis. Mande entrar o próximo grupo, Joana. É para isso que estamos a caminhar? Uma sala, com um homem vestido de branco, a substituir deus, e a distribuir as pílulas para a felicidade de acordo com os sintomas apresentados? _ Somos uma sociedade doente. _ Ah, sim? Quem disse? O homem de branco. E ele não mente. Ele disse que o meu irmão estava louco e era verdade. No começo, toda a gente estranhou. Afinal, meu irmão ainda era só um menino. Dezenove anos acabadinhos de fazer. Estava na faculdade e só tirava as melhores notas. Daí começou a ficar triste de um jeito que doía ver. Fomos procurar o homem de branco. Ele conversou com o meu irmão por sete minutos e já soube que o meu irmão estava louco. Para salvar ele da loucura receitou uma lista com pílulas para estar acordado e outras para dormir. 'Pílu