o absurdo e eu
não mais que
um imenso absurdo
tudo repete e repete e repete
os relógios, os porques, as contas no banco, as viagens planejadas
tudo repete e repete e repete
os relógios, os porques, as contas no banco, as viagens planejadas
ando sempre embriagado
aqui dentro
as paredes são escuras
há pedaços de palavras feias pichados nos meus cantos
no meu meio há uma culpa sem cor e sem medo
que me cansa
me distancia do mundo dos que sabem fazer de conta que tudo está bem
há pedaços de palavras feias pichados nos meus cantos
no meu meio há uma culpa sem cor e sem medo
que me cansa
me distancia do mundo dos que sabem fazer de conta que tudo está bem
tem dias que gostava de ser capaz de pintar sonhos
com as cores que deixam os outros felizes
quase sempre que me abro o que despejo
é triste
os fingidores de sentido não gostam da tristeza
nem da verdade
fogem
nem da verdade
fogem
sobro eu e o absurdo
gordo e ainda faminto
a engolir quase tudo
sem nunca mastigar
tento ser amigo do tempo
o vento roubou o meu chapéu
as ideias ficaram desprotegidas
sentiram frio e meteram-se mais para
dentro
louca preocupação
a noite era tão bonita
sonhei com olhos bem abertos
me vigiavam
me vigiavam
fechei as portas e janelas e adormeci
sem sonhar
gastamos tantas horas a implorar por
sonhos
e a noite mais feliz de minha vida não
foi mais que uma calma página em branco
gastei-me a querer pela metade
deixei-o pelo caminho
e a face petrificada a guardar aqueles
olhos do outro
que sabia tanto de mim
que corria no meu sangue, sem ser eu
que sabia tanto de mim
que corria no meu sangue, sem ser eu
lindo Nuwanda....
ReplyDeleteNuwanda... uma amiga costumava dizer que havia de haver, um dia, uma criança chamada Nuwanda. Espero que ela esteja bem... Sei que ela vive a lutar por Nuwandas pelo mundo afora, pelos os que ainda são pequenos e pelos Nuwandas já crescidos.
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